Revendo hoje Tomates Verdes Fritos (Fried Green Tomatoes) pela “enésima” vez, me fez lembrar o quanto é bom assistir esses clássicos do cinema, como eles nunca saem de moda, e sempre parecem causar uma sensação boa na gente no final, coisa rara nos filmes atuais. Um déjà vu que lembra o sabor daquele delicioso bombom que já não temos o prazer de experimentar há tempos.
Tudo bem que existem várias categorias de clássicos no cinema. Esse ao qual me refiro não precisa ser nenhuma obra-prima cinematográfica não, nenhum filme cult... É coisa simples, honesta, combinada com diversão garantida, ou drama garantido, muito presente por sinal em alguns filmes “sessão da tarde” dos anos 80. Aliás, cada vez mais constato um óbvio ululante: as coisas mais simples da vida são as que realmente valem a pena, as que dão mais prazer.
Mas continuando... Quem nunca quis ser Idgie Threadgoode e gritar bem alto “Towanda” para o resto do mundo, inspirado em Fried Green Tomatoes. Não ter medo de desafiar as regras sociais e quebrar tabus como fazem Idgie e sua companheira Ruth, com maestria.
Ou então ser Ferris Bueller do célebre Ferris Bueller’s Day Off, uma mistura de espertalhão estudantil com popular boa praça, nem que fosse apenas por um único diazinho... Aquele dia em que sentimos que aquilo que vale a pena mesmo é ser feliz, e ˜curtir a vida adoidado˜, aproveitando ao máximo tudo aquilo que ela tem a nos oferecer, mesmo que isso cause a desaprovação de alguns, que o diga o pobre coitado do diretor da escola Ed Rooney.
Qual menina não sonhou em ser a “cinderela” de a Garota de Rosa Shocking (Pretty in Pink), com exceção dos modelitos utilizados na época, inclusive aquele almejado por ela para ir ao baile da escola. Ou então em se tornar um dia a tal da Mulher Nota 1000 (Weird Science)? Ironicamente um ideal de beleza buscado de forma frenética na atualidade por garotas cada vez mais jovens, diga-se de passagem.
Duvido que os meninos não imaginaram em seus sonhos mais dourados manejar um chicote com a mesma destreza de um Indiana Jones (quesito útil que poderia ser, quem sabe, apreciado por suas futuras mulheres mais tarde...) ou desbravar terras distantes e exóticas em busca da “arca perdida”.
Mas posso contar um segredo? Embora Indiana me fascinasse bastante, principalmente por suas expedições por terras egípcias, a ponto de pensar em um dia me tornar uma arqueóloga, queria ser mesmo era o Marty McFly do filme De Volta para o Futuro (Back to the Future) e ter o privilégio de viajar no tempo através daquela envenenada máquina criada pelo Dr. Emmet Brown. Imagine poder presenciar o momento em que meus pais se casaram, a hora do nascimento do meu irmão, falar com meus bisavós portugueses que nunca conheci ou então presenciar fatos históricos como o primeiro encontro entre Cleópatra e Julio Cesar, a Queda da Bastilha, ou o Dia da Proclamação da Independência do Brasil?
Quanto ao futuro, talvez não fizesse tanta questão de saber... afinal por que perder o gostinho inigualável que só as surpresas, os fatos inesperados da vida podem nos proporcionar? Por que saber por antecipação qual será a cor dos olhos do meu filho ou se vou obter mesmo aquela promoção no trabalho? Perda de tempo, isso sim. Mas definitivamente queria ser Marty McFly!!
E vocês, com qual personagem de filmes dos anos 80 se identificam?